Durante décadas, as empresas aprenderam a confiar em sinais: carimbos, certificados digitais, assinaturas eletrônicas, e-mails institucionais.
Esses elementos construíram o que chamamos de ”aparência de legitimidade”. Mas essa confiança, baseada na forma e não na essência, está sendo corroída. Já não lidamos apenas com vídeos falsos de celebridades ou áudios manipulados.
O desafio atual não é a existência da Inteligência Artificial, mas seu uso indevido. Ferramentas avançadas estão sendo utilizadas para criar simulações cada vez mais convincentes: contratos com linguagem jurídica precisa, laudos técnicos plausíveis, conversas fabricadas e documentos com metadados manipulados.
Além disso, observamos o crescente uso de fraudes contextuais, nas quais dados públicos ou vazados são combinados com precisão para gerar interações personalizadas e enganosas – tudo sem qualquer verificação sobre quem está por trás dessas ações.
E esses ataques não vêm apenas de especialistas isolados. Há kits prontos, comunidades organizadas e serviços que oferecem esse tipo de falsificação como produto no mercado.
Nesse novo cenário, confiar apenas na aparência ou em processos tradicionais de validação já não basta. É necessária uma nova camada de proteção: sistemas que incorporam rastreabilidade, lógica antifraude e checagem contínua da integridade dos dados.
Porque a verdade é simples: a mesma IA que pode ser usada para enganar também pode (e deve) ser usada para proteger.
A diferença está na forma como ela é aplicada.